domingo, 9 de setembro de 2007

A Cicatriz

recolhidas as flores de seu buquê
prosas em versos hei de lhe dar
chantagem de um beijo ficou à mercê
do escasso tempo que não há de parar

brandos desejos cravados na dor
sintetizam luzes num céu derradeiro
espero voltar seja lá como for
a esperança que de você partiu primeiro

a ira que emana intensa fúria
fere como chaga o mais viril
descrita intensifica tal luxúria
a incompatível natureza que serviu

índoles que não mais são postas à prova
brigam cada uma por seu lugar
seja num barco, no céu ou na cova
ardente chama se exime no mar

num lapso abstraido da incerteza
corroem-se os pensamentos mais modernos
relutante incapacidade sem destreza
às quais formato neste humilde caderno

(..)