quarta-feira, 8 de agosto de 2007

A Nega Tiva

Lá vens tu nega sorrindo
Com essa alma rica e formosa
Estrelas no céu vão se abrindo
A te ver passar glamourosa

O que aqui me faz necessário
É saber de onde vem tanta beleza
Se de dentro do seu armário
Ou desse tímido tom de realeza

Enquanto olho para a lua amarela
Lembrando teu belo sorriso branco
Se esvai de mim toda a sequela
E me espanto com tanto encanto

Anima-me a idéia de tentar resumir
Nas linhas tortas que gira esse mundo
Tudo o que acho e penso de ti
E as idéias que de mim é oriundo

Ainda que estes finos versos padeçam
Em retalhos mágicos de cetim ardio
Faço com que cores e formas apareçam
Em um verão constantemente sombrio

Termino assim sem nenhuma esperança
Que algo mais que um sorriso lhe dar
Quem sabe voltando a ser criança
Podemos então tornar a sonhar?

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Desapego

Estranho esse tal desapego
Utopia sem limite que espreita
Total costume sem sossego
Cansado, arma a rede e deita

Emabalando ao som desse rio
Lembra o tom sustenido menor
Traumatizado apenas por um fio
Agradeceu por não ter sido pior

Frígido esse amor que não mais acalenta
Os mais diversos e secos olhares
Que vagamente repousa sob os sete mares
Papéis tingidos de púrpura murcha e lenta

Dai-me o prazer de todos os ensejos
A brilhar como o sutil e belo firmamento
Não te esqueças dos planos e dos desejos
Do pesar triste, que voou com o vento

Ainda que o corte mais profundo consentisse
O que em teu sorriso truculento esconde
Não daria ouvido às minhas doidices
Que nem as minhas perguntas mais responde

À minha mãe

Flor-de-lís

Ao amanhecer de um novo dia
Sai as ruas para aos seus dar
Carinho, beleza, pura alegria
Entre gotas estampadas em seu vago olhar

Vez em quando nos seus castos braços
Anseios fatigados palpitam de emoção
Entre ruas despidas de amores e embaraços
Um porto à espera na próxima estação

Uma voz ao longe logo anuncia:
-Lís, és tu a mais bela entre todas elas
Vermelhas, verdes, brancas e amarelas
Que entre rosas e gardênias se confundia

Infinito é o amor que sinto por ti
Que clamo tímido nesse imenso mundo
Amor maior que nunca poderei medir
Que não cabe neste abismo tão profundo

Peço-te ainda nestes versos corriqueiros
Que não tenhas medo das levianidades da vida
Que há um elo entre os montes e os coqueiros
Que separa o mal da bênção proferida

Amo-la como um homem jamais pôde amar
Abraços para as amarguras de fino sair
Fingindo ser poeta consigo conquistar
Sorrindo para o seu belo dia colorir

( ... )