segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Eu agora

Esse eu a que vês agora;
todo carece de pleno poder,
quando atrás de um Eu que lá fora,
se ilude querendo saber,

O que sei sendo Eu nessa hora;
a que tento, porém, esquecer;
um remédio pra ver se melhora,
poesia se faz merecer.

Nesse mundo em que o vivo dinheiro,
alegrias se podem comprar;
compreendo esse teu desespero,
de quem nisso só sabe pensar.

O Ser e o ter

Já pensou se um dia o amor,
não pudesse em fim se comprar?
a não ser por uma bela flor
ou palavras que saltam do olhar;

Acontece é que o mundo ficou,
resumido em que posso gastar;
se o que tenho, meu bem, não bastou
para ver-te sorrir a cantar;

O motivo pra todo esse mal,
sintetiza-se em luxo e prazer,
pois dotado de um bom capital;
coisas simples parece esquecer.

Não me vejo assim como tal
pois a vida me fez perceber;
que esse erro parece fatal:
quanto mais se tem, quer-se ter.

domingo, 25 de novembro de 2007

Reciprocidade

Enquanto minh'alma se opõe ao pecado,
tua solicitude me faz logo crer;
motivos que tenho de estar ao teu lado,
achando que posso sem mesmo saber.

Ainda pouco me vi desvairado,
colado sem ter algo mais a dizer,
contemplando o poder desse céu azulado,
opaca opulência a que tento esquecer.

Envaideço porém quando torno a lembrar,
a discrepancia de um ato me fez decair
de todo aos teus pés resolvi me entrergar;

Apaziguando a luta entre amor e razão,
espero a tua mão poder conduzir
da turva esperança pro meu coração.